Posse de José El-Jaick é marcada pela emoção


A Academia Friburguense de Letras promoveu nesta sexta-feira, 11, às 19h, a cerimônia de posse do novo imortal da casa, o escritor José El-Jaick, que passa a ocupar a cadeira nº 19 - patronímica de Henrique Braune Zamith. Na mesma ocasião foi descerrada a foto do ex-presidente Humberto El-Jaick, homenageado pelo acadêmico Ordilei Alves da Costa.


 




José El-Jaick é escritor e médico friburguense, autor de  "O agente do Vaticano", "Malditas Mulheres" e "Enquanto ela contava histórias". A partir da descoberta de Graciliano Ramos, El-Jaick tornou-se leitor dos grandes nomes da literatura nacional e internacional, desde Ésquilo a Guimarães Rosa. À sua longa experiência profissional e humana, acrescentou as qualidades de pesquisador paciente e perspicaz para criar romances que mantêm o leitor preso a cada página, pela eficiente elaboração da trama, pela soma de informações que entremeiam a narrativa e pela qualidade literária de seu texto.







 

Nasceu e viveu em Nova Friburgo, afastando-se apenas por cerca de dez anos para morar em Niterói, cursar a Faculdade Fluminense de Medicina, trabalhar e frequentar cursos de pós-graduação. Antes disso, estudou no Grupo Escolar Ribeiro de Almeida, Colégio Anchieta, Fundação e Colégio Cêfel. Retornando de Niterói, já formado em Medicina, instalei-se em Friburgo definitivamente. É casado, tem três filhos e dois netos. Tem ascendência de duas famílias de origem libanesa: El-Jaick, por parte de pai, e Gastim, por parte de mãe. Dedicou-se à pediatria por mais de 40 anos.
Homenagem a Humberto El-Jaick

O homenageado, Humberto El-Jaick (Nova Friburgo, 11 de fevereiro de 1922) foi um advogado, professor, jornalista e escritor brasileiro, um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Era filho de José El-Jaick e de Rachel El-Jaick.

Presidiu o Partido Socialista Brasileiro (PSB) em sua cidade natal. Em 1960, ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), legenda pela qual candidatou-se em 1962 a deputado federal pelo Rio de Janeiro, obtendo apenas uma suplência.


Com a instauração do regime militar em 31 de março de 1964, esteve preso por dois meses, depois do que foi chamado a assumir uma cadeira na Câmara, de agosto de 1964 a janeiro de 1965. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, e voltou a ocupar uma cadeira na Câmara em junho de 1966. Nos períodos em que atuou como parlamentar, foi membro da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

Pretendia candidatar-se à reeleição em outubro de 1966, mas seu nome foi impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), atendendo a um processo que partiu da Procuradoria da República no estado, segundo o Jornal do Brasil por recomendação do Serviço Nacional de Informações (SNI). Além da impugnação, teve os direitos políticos cassados por dez anos.


Com o fim do bipartidarismo e a anistia aos políticos cassados pelo regime militar, em novembro de 1979, atuou na fundação do novo PTB, junto a Leonel Brizola. Devido, porém, à disputa pela legenda entre o grupo liderado por Brizola e aquele liderado por Ivete Vargas, e a vitória desta junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Por esta legenda candidatou-se, sem êxito, a prefeito de Nova Friburgo em novembro de 1982.

Durante o governo de Leonel Brizola (1983-1987), foi presidente da Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro (CERJ), de 1983 a 1984, e da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja), de 1985 a 1986. Foi ainda presidente do conselho fiscal da Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro.

Como escritor, teve suas poesias e contos publicados em jornais e revistas, e foi presidente da Academia Friburguense de Letras.

Faleceu em Nova Friburgo, em 3 de julho de 1990.

Era casado com Zeir Maria El-Jaick, com quem teve seis filhos.

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