Biografia dos Patronos: Oliveira Lima


Manuel de Oliveira Lima (Recife, 25 de dezembro de 1867) foi um escritor, crítico, embaixador do Brasil em diversos países e professor-visitante na Universidade Harvard. Membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.

Apaixonado por livros, colecionou-os ao longo de sua vida e montou o terceiro maior acervo sobre o Brasil, perdendo somente para a Biblioteca Nacional do Brasil e para a biblioteca da Universidade de São Paulo. A Biblioteca Oliveira Lima, situada na Universidade Católica de Washington, Estados Unidos, tem 58 mil livros além de correspondência trocada com intelectuais, mais de seiscentos quadros e incontáveis álbuns de recortes com notícias de jornais. Faz parte da coleção ainda um dos três bustos de Dom Pedro I esculpido por Marc Ferrez (tio do fotógrafo homônimo), o único dos três feito em bronze.

Oliveira Lima começou a trabalhar como jornalista com catorze anos de idade. Em seus artigos constantemente criticava o domínio das oligarquias sobre a recém-fundada República e por isso ganhou fama de monarquista.

Formou-se em letras na Faculdade de Lisboa em 1887, e em 1890 começou a trabalhar para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Atuou como diplomata em Portugal, Bélgica, Alemanha, Japão e Estados Unidos.

Foi encarregado de negócios da primeira missão diplomática brasileira no Japão. Em 1901 deu parecer contrário ao projeto brasileiro de recebimento de imigrantes japoneses. Escreveu então ao Ministério das Relações Exteriores alertando sobre o perigo de o brasileiro se misturar com "raças inferiores".

Chegou a ser falado para a embaixada brasileira em Londres mas o Senado não aprovou sua indicação. Oliveira Lima era mal-visto pelo governo britânico por defender que o ideal de que o Brasil permanecesse neutro na Primeira Guerra Mundial e por sua proximidade intelectual com a Alemanha.

Também fez inimigos dentro do país, em parte por não aprovar a atitude expansionista da República em situações como a anexação do Acre realizada pelo Barão do Rio Branco. Ele dizia que o território nacional já era vasto e muito mal fiscalizado e que a verdadeira expansão do Brasil só viria através do comércio.

Oliveira Lima sempre gostou de ler e escrever. Parte de sua fama de germanófilo vem dos elogios que dedicou a obras de filosofia alemãs quando era crítico literário. Foi autor do terceiro livro brasileiro sobre o Japão, publicado em 1903. A biografia que escreveu sobre o rei D. João VI é tida como uma das principais obras sobre essa figura histórica. Também foi amigo de escritores, sendo que era íntimo de Gilberto Freyre e trocara cartas na juventude com Machado de Assis.

Em 1913 quando já morava nos Estados Unidos, Oliveira Lima doou sua descomunal biblioteca à Universidade Católica de Washington por temer que a coleção não recebesse os cuidados adequados no Brasil. Impôs a condição de que ele próprio fosse o primeiro bibliotecário e organizador do acervo, função que desempenhou por quatro anos.

Em 1924 foi apontado professor honorário da Faculdade de Direito do Recife.

Morreu em 1928 e foi enterrado no cemitério Mont Olivet, Washington. Em sua lápide não consta seu nome, mas a frase "Aqui jaz um amigo dos livros".

Principais obras
  •     Aspectos da literatura colonial brasileira, 1896
  •     La Langue portugaise, La Littérature brésilienne, 1909
  •     Machado de Assis et son oeuvre littéraire, 1909
  •     O movimento da Independência; Aspectos da história e da cultura do Brasil, 1923
  •     Obra seleta, 1971
  •     Historia diplomatica do Brazil: O Reconhecimento do Imperio (eBook)
Em 1897, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, como fundador da cadeira 39, que tem por patrono Francisco Adolfo de Varnhagen.

Faleceu em
Washington, em 24 de março de 1928.

Fonte: Wikipedia

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