Biografia dos Patronos: Joaquim Nabuco


Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife, 19 de agosto de 1849) foi um político, diplomata, historiador, jurista, orador e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 19 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Historiador.

Foi um dos grandes diplomatas do Império do Brasil (1822-1889), além de orador, poeta e memorialista. Além de O Abolicionismo, Minha Formação figura como uma importante obra de memórias, onde se percebe o paradoxo de quem foi educado por uma família escravocrata, mas optou pela luta em favor dos escravos. Nabuco diz sentir "saudade do escravo" pela generosidade deles, num contraponto ao egoísmo do senhor. "A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil", sentenciou.

Era filho do jurista e político baiano José Tomás Nabuco de Araújo Filho, juiz dos rebeldes da Revolução Praieira (1848-1850), e de Ana Benigna de Sá Barreto Nabuco de Araújo, irmã de Francisco Pais Barreto, Marquês do Recife.

Na juventude, Nabuco manteve um relacionamento amoroso durante 14 anos com a investidora financeira e filantropa Eufrásia Teixeira Leite, detentora de uma das maiores fortunas do mundo à época, Eufrásia e sua irmã, Francisca Bernardina Teixeira Leite (1845-1899) herdaram, após a morte dos pais, em 1872, uma fortuna equivalente a 5% do valor das exportações brasileiras. No ano seguinte, as duas jovens decidiram morar em Paris. O romance com Nabuco teve início durante a viagem de navio para a Europa, em 1873, e duraria até 1887, quando Eufrásia remeteu sua última carta a Joaquim Nabuco. Dois anos depois, aos 38 anos, ele se casaria com Evelina Torres Soares Ribeiro. Eufrásia jamais se casou.

Nabuco e Evelina se casaram na cidade do Rio de Janeiro, em 1889. Ela era filha de José Antônio Soares Ribeiro, 1º barão de Inoã (ou Inhoã), e neta de Cândido José Rodrigues, 1º barão de Itambi. Dessa união nasceram: Maurício, que foi diplomata e, como o pai, embaixador do Brasil nos Estados Unidos; Joaquim, que foi sacerdote da Igreja Católica, chegando a ser Monsenhor e Protonotário Papal; Carolina, escritora de renome; Mariana e José Tomas, este casado com Maria do Carmo Alvim de Mello Franco Nabuco, filha de Afrânio de Mello Franco (primeiro Ministro das Relações Exteriores do governo de Getúlio Vargas) e irmã do jurista, historiador, parlamentar, membro da Academia Brasileira de Letras e Ministro das Relações Exteriores Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990).

Joaquim Nabuco se opôs de maneira veemente à escravidão, contra a qual lutou tanto por meio de suas atividades políticas e quanto de seus escritos. Fez campanha contra a escravidão na Câmara dos Deputados em 1878 (não foi reeleito em 1882), e em legislaturas posteriores, quando liderou a bancada abolicionista naquela Casa, e fundou a Sociedade Antiescravidão Brasileira, sendo responsável, em grande parte, pela abolição da escravidão no Brasil, em 1888.

Após a derrubada da monarquia brasileira, Nabuco retirou-se da vida pública por algum tempo.

Mais tarde serviria como embaixador nos Estados Unidos (1905 - 1910), onde se tornou um grande propagador dos Lusíadas de Camões, tendo pronunciado três conferências, em inglês, sobre o poema: The Place of Camões in Literature, Camões: the lyric Poet, e The Lusiads as the Epic of Love, mais tarde traduzidas para o português por Artur Bomilcar.

Em 1908 recebeu o grau de doutor em letras pela Universidade Yale, tendo sido convidado a pronunciar o discurso oficial de encerramento do ano letivo, no dia da colação de grau da Universidade de Chicago, e também a um discurso na Universidade de Wisconsin.

Passou muitos anos tanto na Inglaterra quanto na França, onde foi um forte proponente do pan-americanismo, presidindo a III Conferência Pan-americana, realizada no Rio de Janeiro em 1906.

Nabuco foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tomando assento na cadeira que tem por patrono Maciel Monteiro. Entre os imortais, manteve uma grande amizade com o escritor Machado de Assis, que mantinha até mesmo um retrato de Nabuco pendurado na parede de sua residência, e com quem costumava trocar correspondências, que acabaram publicadas.

Nabuco padecia de uma doença congênita conhecida como Policitemia vera, que lhe causaria a morte. Faleceu aos 60 anos de idade em Washington, Estados Unidos, sendo sepultado no Cemitério de Santo Amaro na sua cidade natal no Recife.

É homenageado em várias cidades do Brasil com nomes de ruas, avenidas e praças, além da Fundação Joaquim Nabuco no Recife.

Principais obras
  •     Camões e os Lusíadas (1872);
  •     L’Amour est Dieu - poesias líricas (1874);
  •     O Abolicionismo (1883);
  •     Campanha abolicionista no Recife - 1885;
  •     O erro do Imperador - história (1886);
  •     Escravos - poesia (1886);
  •     Por que continuo a ser monarquista (1890);
  •     Balmaceda - biografia (1895);
  •     O dever dos monarquistas (1895);
  •     A intervenção estrangeira durante a revolta - história diplomática (1896);
  •     Um estadista do Império - biografia, 3 tomos (1897-1899);
  •     Minha formação - memórias (1900);
  •     Escritos e discursos literários (1901);
  •     Pensées detachées et souvenirs (1906);
  •     Discursos e conferências nos Estados Unidos - tradução do inglês de Artur Bomilcar (1911);
  •     Obras completas (14 volumes) organizado por Celso Cunha (1947-1949).
Curiosidades

No Brasil, a lei nº 11.946, de 15 de junho de 2009, institui o ano de 2010 como Ano Nacional Joaquim Nabuco.

Em 2 de junho de 2014, o nome de Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, pela Lei número 12.988.

Faleceu em
Washington, em 17 de janeiro de 1910.

Fonte: Wikipedia

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