Júlio Afrânio Peixoto (Lençóis, 17 de dezembro de 1876) foi um médico, político, professor, crítico literário, ensaísta, romancista e historiador brasileiro. Ocupou a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 7 de maio de 1910, e a cadeira 2 da Academia Brasileira de Filologia, da qual foi fundador.
Iniciou na literatura no ano de 1900 com a publicação do drama Rosa mística. Drama em cinco atos, luxuosamente impresso em Leipzig, com uma cor para cada ato. Entre 1904 e 1906 esteve em vários países da Europa, a fim de adquirir novos conhecimentos.
Ao retornar ao Brasil esqueceu-se da literatura e pensou apenas na medicina. Nesse período foi grande sua produção de obras de cunho médico-legal-científica. O romance foi uma implicação a que o autor foi levado em decorrência de sua eleição para a Academia Brasileira de Letras, em 7 de maio de 1910, para a qual fora eleito à revelia, quando se achava no Egito, em sua segunda viagem ao exterior.
Quase como que por obrigação, começou a escrever o romance A esfinge, o que fez em três meses antes da posse da Cadeira nº 7, em 14 de agosto de 1911, entrega feita pelas mãos do acadêmico Araripe Júnior. O Egito inspirou-lhe o título e a trama novelesca. O romance, publicado no mesmo ano, obteve um sucesso incomum e colocou seu autor em posto de destaque na galeria dos ficcionistas brasileiros.
Dotado de personalidade fascinante, animadora e de um excelente domínio da oratória, prendia a atenção das pessoas e auditórios pela palavra inteligente e encantadora. Afrânio Peixoto obteve, na época, grande aprovação de crítica e prestígio popular.
Na Academia Brasileira de Letras, desempenhou diversas atividades, sendo que um dos seus mais importantes feitos foi obter do embaixador da França, Alexandre Conty, em 1923, a doação pelo governo francês do palácio Petit Trianon, construído para a Exposição da França no Centenário da Independência do Brasil.
Como ensaísta escreveu importantes estudos sobre Camões, Castro Alves e Euclides da Cunha. Como médico, conheceu e estudou as ideias e teorias de Freud, levando-as para muitos de seus romances. Teve colaboração na publicação periódica Atlântida (1915-1920).
Faleceu no Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1947 com a idade de 70 anos.
Principais obras
- Rosa mística - drama (1900)
- Lufada sinistra - novela (1900)
- A esfinge - romance (1911)
- Maria Bonita - romance (1914)
- Minha terra e minha gente - história (1915)
- Poeira da estrada - crítica (1918)
- Trovas brasileiras (1919)
- Parábolas (1920)
- José Bonifácio, o velho e o moço - biografia (1920)
- Fruta do mato - romance (1920)
- Castro Alves, o poeta e o poema (1922)
- Bugrinha - romance (1922)
- Ensinar e ensinar (1923)
- Dicionário dos Lusíadas - filologia (1924)
- Dinamene (1925)
- Arte poética - ensaio (1925)
- As razões do coração - romance (1925)
- Camões e o Brasil - crítica (1926)
- Uma mulher como as outras - romance (1928)
- Sinhazinha (1929)
- Miçangas (1931)
- Viagem Sentimental (1931)
- História da literatura brasileira (1931)
- Castro Alves - ensaio bibliográfico (1931)
- Panorama da literatura brasileira (1940)
- Pepitas - ensaio (1942)
- Amor sagrado e amor profano (1942)
- Despedida (1942)
- Obras completas (1942)
- Indes (1944)
- É (1944)
- Breviário da Bahia (1945)
- Livro de horas (1947)
Fonte: Wikipedia
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